terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Ser...

 07-10-2013

“Ser ou não ser? - Eis A Questão!”:
-Não existe “A” questão.
-Ser é Também não ser.

Viver é fazer questão. Estar vivo é questionar alguma coisa.

Ser vivo é estar sob a sina da questão, da fome, da caça, da procura, do anseio, da busca, do querer, do desejar poder, do instinto faminto de vir a ser... Enfim: do fazer questão!
Agora, “A” questão não existe – pois então, haveria, em sua resposta, “A” resposta.

O que se vive, sente e experimenta da vida é justamente o que não está pronto - O movimento - o ‘ainda-não ser. Esse ‘não sei o quê’ de cada um e de todo o ser que lhe ativa, lhe atrai, lhe anima a ir-se, seguir e conseguir através de si algo além do que já se é;

 Isso de si que lhe aviva, que lhe motiva a fluir, mudar, transbordar de si, navegar e retomar-se como afluente de si... A Ser, em si, como que outro e o mesmo, renovado pelo que caminho que o faz e desfaz. Aquele “e se...”, o por vir, o serviço pelo visado, o viço, o vício, o visceral, o vital...

O Ser, Puro, puramente ser, sem forma, nome, limite, contorno, o Ser vindouro, Ser passagem: ‘Ser o mesmo rio sempre e nunca as mesmas águas’.  O quê de si que une, que liga e agrega; Que é vontade de tudo em pleno nada que lhe preenche e suga pra dentro por ainda não ser...

Isso no Ser que é Mergulho e Voo, Passo e Escavação em si; Essa sede que continua desde a lama, pedra, mofo, mato, planta, lagarta, inseto, peixe, réptil, macaco, pássaro e monstros sem deixar-se de todo neles, que os atravessa multiplicando-se e não para em nós e também nos atravessa em busca de algum além... 
Essa incompletude, essa necessidade de reconstrução que não passa...  Isso, e somente isso, é o que nos seres não se extingue com a morte. Esse é o VERDADEIRO Espírito da Vida.

Ser de verdade: o silêncio pleno de todos os sentidos. O que, de fato, não se explica e, justamente por não ser, move o que quer a ser, e assim não deixa nunca de acontecer, e por definição, não existe nem pode ser definido objetivamente. É o acontecer perene, fonte eterna, PRESENTE SEMPRE.


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Acorde!
desamarre o nó,
desafete o fato, faça real
somente o que for verdade,
o que traz sentido,
te faz sentir o ser
que questiona em ti.

O que te responde é nada,
não soma nem te preenche
e escapa, vaza e some,
negativando o vazio,
desequilibrando, fazendo falta
sem nem ter sido realmente presente


segunda-feira, 18 de novembro de 2013


Gritando mudo meu silêncio
Eu mortalizo
eu mortifico
eu mato e morro meu espírito ao escrever isso.

Meu pensamento insistirá, ainda puro inércia, em tentar sentir chuvas futuras em águas passadas e repetir-se ao ler e reler nessas palavras ou outras e buscar que apontem a mesma coisa, e façam aqueles mesmos sentidos...
mas será irrelevante
ou sem verdade,
reflexão apenas...

O Sentido se fez gasto
depois de sentido.

O gesto exerceu sua vida
expelido, soprado, passou.

E não sou mais esse que escreveu
nem o que leu essa peça da primeira vez
Aliás nunca fui o mesmo sequer duas vezes,
apenas passei-me por alguém mais de uma vez...

Entenda: Poesia é não parar, não conter nem procurar escapar disso.
É o fluxo sentido enquanto oscila, escapa das margens e cava seu leito passando.
Não é  fiz nem vou fazer. É o Eu Sou - que nunca falta nem me basta.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Boas Noites

Há vezes
que nao podemos
negar
uma seda
por sono

há outras
em que na há sol que te anime:
-A noite já vem de dentro trazendo seu sono e pronto...


FANTASMAS

Já tive medo
de voz sem boca
agora temo as
bocas sem voz

escravos mudos
do que não falam
do que se negam
a provocar

não fazem mal
nem bem um a outro
nem rezam pra nenhum outro
bem ou mal

são vivos
mas inativos

completos
mas em pedaços

domingo, 30 de dezembro de 2012

Saber não é Ser...

O Ser
Não sabe. 

Ele É
Por ser,
Não por saber.

Não sabe o que É
E não É o que sabe.

INSIGHT


A Luz que te ilumina é Sombra que não mais assombra.

O Universo cresce a cada planta que floresce.

A gente vira gente quando aprende a ser que é.

A Vida fica rica quando se quer quem se tem.

A dor encobre a Arte;
A parte esconde o Todo;

A Voz não diz o Silêncio;
A Paz é o eterno combate;

Nada é Tudo;
Tudo é Nada;