07-10-2013
“Ser ou não ser? - Eis A Questão!”:
-Não existe “A” questão.
-Ser é Também não ser.
Viver é fazer questão. Estar vivo é questionar alguma coisa.
Ser vivo é estar sob a sina da
questão, da fome, da caça, da procura, do anseio, da busca, do querer, do
desejar poder, do instinto faminto de vir a ser... Enfim: do fazer questão!
Agora, “A” questão não existe – pois
então, haveria, em sua resposta, “A”
resposta.
O que se vive, sente e experimenta
da vida é justamente o que não está pronto - O movimento - o ‘ainda-não ser’. Esse ‘não sei o quê’ de cada um e de todo o
ser que lhe ativa, lhe atrai, lhe anima
a ir-se, seguir e conseguir através de
si algo além do que já se é;
Isso de
si que lhe aviva, que lhe motiva a
fluir, mudar, transbordar de si, navegar
e retomar-se como afluente de si... A Ser, em si, como que outro e o mesmo, renovado pelo que caminho que o faz e desfaz. Aquele “e se...”, o por vir, o serviço pelo visado, o viço, o
vício, o visceral, o vital...
O Ser, Puro, puramente ser, sem
forma, nome, limite, contorno, o Ser vindouro,
Ser passagem: ‘Ser o mesmo rio sempre e nunca as mesmas águas’. O quê
de si que une, que liga e agrega; Que é vontade
de tudo em pleno nada que lhe preenche e suga pra dentro por ainda não
ser...
Isso no Ser que é Mergulho e Voo,
Passo e Escavação em si; Essa sede
que continua desde a lama, pedra, mofo, mato, planta, lagarta, inseto, peixe,
réptil, macaco, pássaro e monstros sem deixar-se de todo neles, que os
atravessa multiplicando-se e não para em nós e também nos atravessa em busca de
algum além...
Essa incompletude, essa
necessidade de reconstrução que não
passa... Isso, e somente isso, é o
que nos seres não se extingue com a morte.
Esse é o VERDADEIRO Espírito da Vida.
Ser de verdade: o silêncio pleno
de todos os sentidos. O que, de fato, não se explica e, justamente por não ser, move o que quer a ser, e assim não deixa nunca de acontecer, e por definição, não existe nem pode ser definido
objetivamente. É o acontecer perene,
fonte eterna, PRESENTE SEMPRE.